POR OSWALDO VIVIANI
O presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), em parceria com o líder peemedebista na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), conseguiu sustar mais uma vez a ida de Flávio Dino (PCdoB-MA) para a presidência do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). A informação foi publicada na edição de ontem (16) do jornal Folha de S. Paulo (seção “Painel”).
A nomeação de Dino para a estatal tem sido vetada sistematicamente por Sarney. No entanto, era dada como certa nos últimos dias pela imprensa nacional, que garantia que o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) – que mantém ótimas relações com Flávio Dino – havia conseguido “amolecer” Sarney.
Isso, porém, não aconteceu. Em meio ao clima de insatisfação peemedebista, criado por nomeações para o segundo escalão do governo Dilma Rousseff, em que nomes do PMDB foram preteridos pelos do PT, sobrou para Dino e o PCdoB.
Além do conhecido apetite dos caciques peemedebistas por cargos, outra circunstância que explica o veto de Sarney a Flávio Dino é o fato de o comunista ter se tornado o adversário mais temido pelos sarneysistas no pleito estadual de 2014 – desde que ficou em segundo lugar nas eleições de 2010, nas quais faltou pouco para chegar ao segundo turno com Roseana Sarney (PMDB).
Não resta dúvida de que a estratégia de José Sarney é evitar a todo custo o fortalecimento do poder de fogo eleitoral de Flávio Dino num cargo federal. E embora a Embratur tenha se tornado o ‘patinho feio’ do mundo político, com seu orçamento minguado (para os políticos, esclareça-se...) de R$ 180 milhões, vai ter papel preponderante, nos próximos anos, divulgando no Exterior dois eventos importantíssimos que acontecem no Brasil: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Essas vitrines certamente dariam visibilidade ao comunista, no Maranhão e nacionalmente. Tudo o que Sarney não quer.
A ida de Flávio Dino para a Secretaria Nacional de Reforma do Judiciário, ligada ao Ministério da Justiça, foi igualmente vetada por José Sarney recentemente. De nada adiantou o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso expressar a vários interlocutores sua intenção de ter Dino por perto. A vontade de Sarney prevaleceu.
Um outro cargo – de assessor jurídico do vice-presidente da República – também foi oferecido por Michel Temer a Flávio Dino no início do ano. A oferta não teve a reprovação de Sarney, mas neste caso foi Dino que não aceitou. O comunista avaliou que o fato de ser a Vice-presidência uma seara marcadamente partidária, ou seja, peemedebista, isso lhe imporia obstáculos para que atuasse ali com desenvoltura. O cargo está vago até hoje.
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